Semana passada postei a primeira parte do texto "Bandas e suas formações instáveis: Black Sabbath - Parte 1", nesta segunda parte poderá conferir outros vocalistas que passaram pela banda, participações de Rob Halford em shows, reuniões das formações clássica e do disco "Heaven and Hell".
Em 1986, Tony Iommi lançou o álbum "Seventh Star", anunciado como "Black
Sabbath featuring Tony Iommi". Deveria tratar-se de um álbum solo de
Iommi, mas a gravadora decidiu usar o nome do Black Sabbath. Glen
Hughes, ex-Deep Purple (Acho que o próximo texto falarei sobre o Deep
Purple), foi o vocalista, Eric Singer na bateria e Dave Spitz no baixo.
Durante a turnê americana foi substituído por Ray Gillen. Mas
sinceramente, considerar como disco do Black Sabbath chega a ser uma
blasfêmia. Outras curiosidades, no penúltimo show da tour, Hughes estava
com a voz tão deteriorada, que o microfone do backing vocal, feito por
Geoff Nicholls, estava no mesmo volume que o microfone de Hughes, até
que a partir de 'Neon Knights', o vocal ficou por conta de Geoff. No
mesmo ano, Geoff foi classificado como integrante oficial do Black
Sabbath e ficou visível durante as apresentações (antes ficava num canto
escuro, que ninguém via nada). O vocalista Jeff Fenholt jura que integrou o grupo em 1985, mas Tony Iommi nega, dizendo que Jeff apenas participou de testes quando o Black Sabbath sequer estava realmente ativo, só que várias ideias de Fenholt nos ensaios que fez acabaram usadas no disco e o próprio reivindica co-autoria em algumas canções aproveitadas para o álbum, sem os devidos créditos lhe terem sido concedidos. As demos dessa época são encontradas facilmente no bootleg "Star Of India".
Ray Gillen, Eric Singer, Tony Iommi, Dave Spitz and Geoff Nicholls |
Em 1987, Sabbath lança o "The
Eternal Idol", com a formação constituída por Tony Iommi, Tony Martin
nos vocais, Bob Daisley e Dan Spitz no baixo, Bev Bevan na percussão e
Eric Singer na bateria. Ray Gillen aparentemente gravou este álbum e
saiu antes que ele fosse lançado. Logo Martin regravou os vocais. Mas a
banda continuava instável, o disco foi um fiasco de crítica e, os shows,
de público.
Em 1989, o Black Sabbath lançou "Headless Cross". A
formação consistia de Tony Iommi, Tony Martin, Cozy Powel, ex-Rainbow,
na bateria e Laurance Cottle no baixo. Cottle mais tarde foi substituído
por Neil Murray. É notório nesse disco que o som soava mais melódico,
talvez pela voz de Martin e por causa dos solos de Iommi não terem mais
aquela pegada Blues, no entanto, acho que o disco foi bem melhor que os
dois anteriores, a tour teve sucesso maior (pra não dizer fracasso bem
menos pior que os anteriores) e trouxe um clima mais sombrio, mesmo
soando melódico, ao meu ver. Mas vale destacar que esse clima sombrio
foi graças ao teclado de Geoff.
Tony Iommi, Cozy Powell, Tony Martin e Neil Murray |
Em 1990, foi gravado "TYR", disco
conceitual, sobre lendas nórdicas. Percebe-se uma banda que já não
sabia mais o que fazer, sem rumo. Mas no ano de 1992, houve a reunião de
nada menos que o quarteto que gravou o clássico "Heaven and Hell": Dio,
Geezer, Appice e Iommi. (Não podemos esquecer todos juraram que haviam
superado os problemas do passado, que águas passadas não movem moinhos. O
que a grana não faz, não?). O álbum "Dehumanizer" foi aclamado, e com
razão, a banda soava de maneira inesquecível, com riffs e vocais
poderosos, baixo pesadíssimo e a bateria seca. Este foi outro dos
melhores discos do Sabbath (TV Crimes é a minha favorita desse disco).
Vale lembrar que foi na tour desse disco que a banda pisa pela primeira
vez na terra tupiniquim.
Vinnie Appice, Geezer Butler, Ronnie James Dio e Tony Iommi |
Mas, novamente, adivinhem só? Um doce
pra quem acertar o que começou a rolar (Mentira). O ego começou a falar
mais alto, um querendo aparecer mais que o outro. Até que o estopim foi o
convite para o Black Sabbath tocar como banda de abertura do show de
despedida de Ozzy Osbourne nos EUA. Dio não concordava com isso e não
suportou ver a formação original no palco sem ter sido consultado. Houve
então declarações “calorosas”, desaforos na imprensa, até que Dio e
Appice se desligam da banda. Para substituir Dio até o fim da turnê,
Iommi chamou Rob Halford. Nesse mesmo show, os membros da formação
original do Sabbath trocaram juras de amor, até anunciaram um novo álbum
de estúdio para os fãs.
Rob Halford e Tony Iommi - Live in Costa Mesa |
Formação original - Live in Costa Mesa |
Até que tio Ozzy se sentiu traído, pelo
fato dos advogados dos demais membros pedirem "quantias astronômicas"
para gravarem um novo disco, chamando os ex-companheiros de
aproveitadores. Tio Iommi não podia ficar quieto e anunciou que jamais
gravaria algo com Ozzy novamente.
Em 1994, é lançado o disco "Cross Purposes", com Martin nos vocais e Bobby Rondinelli na batera, e
pra quem esperava algo no nível, ou ao menos próximo, do disco anterior,
sentou na boneca. Ao meu ver, é um disco realmente fraco, mas não estou
aqui pra comentar os discos e sim as mudanças na formação do grupo, e
na minha opinião, a bateria está bem concisa, Bobby foi uma boa escolha
pro posto ocupado anteriormente por Appice.
"Forbidden" foi
lançado no ano de 1995, com Murray de volta ao baixo e Powell na batera. Outra
vez, vemos a banda sem rumo, gravando um Power Metal (Ou algo próximo
disso, não me lembro mais, faz anos que ouvi esse disco e nunca mais
peguei pra escutar). Durante a tour pelos EUA, Powell cai fora da banda,
dando lugar a Rondinelli, novamente. Mas a banda soava ridícula na
época (Desculpem a sinceridade).
Eis que, em 1998, Black Sabbath
volta com a formação (quase-)original, com o disco ao vivo "Reunion",
para a alegria dos fãs da fase Ozzy. Digo "(quase-)original", porque os
primeiros shows foram feitos com Mike Bordin na batera, o que gerou um
certo descontentamento para Bill Ward, já que Ozzy e Iommi disseram que
Bill Ward não tinha mais condições de tocar um show inteiro (o engraçado
é que Ozzy também não estava mais na sua melhor forma, não aguentava
mais alcançar notas agudas, tanto que Geoff fazia essas notas no backing
vocal, embora não sendo creditado, já que era uma tour de reunião da
formação original, a gravadora não permitia a presença do quinto
elemento no palco). Sabe-se lá o motivo, o que se sabe é que eles voltaram atrás nas
suas declarações, chamam Bill e gravam os dois shows com ele na batera. O
álbum continha ainda duas faixas inéditas de estúdio, composta pela
formação original, após duas décadas, apesar dessas serem inúteis.
Geezer, em uma entrevista, falou que uma das faixas, a 'Selling My Soul'
teve a bateria gravada por Mr. Roland, com batera eletrônica, e Bill
Ward só teve conhecimento disso depois do disco ser lançado. Após a
tour, foi anunciado que a banda entraria em estúdio para um disco de
inéditas, até que Ozzy desiste, por achar o material dos demais
integrantes fraco, enquanto esses sempre deixavam claro não serem banda
suporte da carreira solo de Ozzy e queriam que ele se comprometesse mais
com o Sabbath. E adivinham qual foi o resultado? Uma nova separação e,
aparentemente, o grupo tinha posto um ponto final nas suas atividades.
E
foi, de fato, o "fim" da banda. Entretanto, em 2004, lançam a coletânea "The
Dio's Years", contendo apenas músicas dos discos gravados com Dio no
vocal. Geoff Nicholls deixa a banda após 25 anos ao lado de Iommi.
No
ano de 2006, Black Sabbath entrou para o Rock and Roll Hall of Fame.
Com o aparente fim da banda, no mesmo ano foi anunciada uma turnê com a
formação do álbum "Heaven and Hell". O
nome da excursão foi Heaven & Hell. Mas ainda em 2006, Bill Ward cai
fora do projeto, pois especularam sobre um novo nome para o grupo, e
foi substituído por Appice. Uma especulação maior ainda foi se Geoff
Nicholls voltaria para a banda também, porém esse não foi convidado.
Heaven and Hell |
No
ano seguinte, o grupo lança "Live from Radio City Music Hall", um disco
ao vivo, só que não com o nome de Black Sabbath, banda passou a se
chamar Heaven & Hell. Os quatro permaneceram únicos e, em 2009,
lançam o álbum "The Devil You Know" (Disco bom demais!). No mesmo ano de
lançamento do disco, Dio foi diagnosticado com câncer no estômago.
Lutou até maio de 2010 e faleceu no dia 16, aos 67 anos, deixando
muitos fãs de Rock e Heavy Metal órfãos (Dramático, não?).
Aparentemente
era realmente o fim do Black Sabbath. Mas, na data 11/11/11, a formação
original retorna, prometendo um disco de inéditas, após 33 anos sem
essa formação lançar nada novo, fora uma turnê mundial.
Bill Ward, Tony Iommi, Ozzy Osbourne, Geezer Butler e Rick Rubin (produtor) |
Mas, como é sabido pelos fãs de Rock e Heavy Metal, Iommi foi
diagnosticado com câncer de linfoma em janeiro deste ano, o que alterou
planos da banda. Bill desistiu da reunião em fevereiro, certo tempo
depois, Appice disse que aceitaria integrar a banda, mas declarou ao
Powerline que isso não aconteceria. O baterista Tommy Clufetos, da banda solo de Ozzy, assumiu o posto e o grupo se apresentou duas vezes este ano, o primeiro show foi em Birmingham e o segundo em Donington Park, no Download Festival.
Uma curiosidade, Ian Gillan e Tony Iommi, gravaram um single para caridade em 2011 e este ano voltaram a entrar em estúdio e gravar o novo álbum do Who Cares, lançado em julho.
Como puderam ver nas duas partes do texto, Black Sabbath nem sempre foi
composto de apenas quatro membros. Teve Geoff Nicholls, que ficou na
banda por 25 anos consecutivos, este é dito como membro obscuro do Black
Sabbath. Notaram também, que após a saída do Ozzy, o grupo nunca foi
tão estável assim, praticamente trocava vocalistas e bateristas a cada
disco novo (desculpem fãs do Dio, mas é verdade). Se os pais Heavy Metal
nunca foram estáveis, quem dirá uma banda "underground"?
Deixe seu comentário! Até a próxima!
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Eu tenho e gosto de todos os álbuns do Black Sabbath.
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